domingo, 15 de abril de 2012

Trocando de cesto.

Quando eu era mais nova, por diversas vezes minha mãe subia até o quartinho onde eu tinha minha escrivaninha e me perguntava o que eu tanto escrevia, porque não ia para dentro logo. Eu respondia que já estava indo, mas sempre demorava.
Na verdade eu sempre escrevia de tudo, das muitas coisas que pensava e não falava e das tantas outras muitas coisas que me questionava. Sempre escrevi muito. Eu gostava também de falar, nunca tive problema para falar com as pessoas, conversar, expor minhas idéias e opiniões, mas por mais autêntica e segura que fosse, foi sempre ao papel que eu fiz as melhores e piores confissões.
Mesmo durante a faculdade, sempre que a coisa apertava eu corria para a última página do caderno e escrevia até cansar, até aliviar, até as lagrimas cessarem e o sono bater. Depois, arrancava a folha, amassava e jogava no lixo, como que me livrando de tudo aquilo que enxia a cabeça e o coração.
Acontece, que depois de tantas folhas ao lixo, eu me deparo com a insistente vontade e necesisdade de escrever. Meus dias são muito mais corridos, eu não tenho mais um caderno sempre 'as mãos para me oferecer sua última folha, nem minha mãe para insistir que eu pare. Por isso, vir aqui é um exercício totalmente individualista e egoísta, sem a menor pretensão de acertar ou agradar.
Com todo respeito 'a internet e seus serviços, só estou mudando o destinho das folhas amassadas...

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