quarta-feira, 25 de abril de 2012

To indo...me jogando...

Então, troquei de emprego (essa história fica para outra vez). Aí em meio a despedidas, boa sortes, parabéns, uma amiga me felicita e lança um "se joga!". Achei bacana o apoio, o incentivo. Mas eu fico pensando: é tudo o que eu tenho feito, me jogado por aí. E você também!

Eu me joguei em tudo que fiz nessa vida, gincana, aula, idiomas, trabalho voluntário, coral, natação... me joguei nas coisas que acreditava, no curso que gostei, na faculdade que queria, na cidade onde Judas perdeu as botas, no primeiro emprego e nos demais, e em alguns braços.

O fato de estarmos sempre escolhendo e tendo que, não diminui em nada o fato de estarmos nos "jogando" o tempo todo. Não há certeza ou garantia de nada, e por mais que você possa escolher ir pela direita, não há como sabermos se é o correto ou melhor. Não dá para mudar e ter respostas, nem mesmo se mantendo estático dá para saber do final e mesmo os mais apáticos estão sempre se jogando.

 Você precisa se jogar no seu curso para descobrir que não era ele, ou precisa se jogar no futebol para ver que seu negócio era mesmo basket. Por isso que a gente se machuca, sofre, chora e é tão humano...precisa estar o tempo todo vivendo a própria vida. Como é difícil! Até da para aproveitar os conselhos, as histórias, mas nada reflete igual em ninguém...

Por mais medo que dê, por mais incertezas que existam, por menos que a gente queira sofrer, por mais que a gente queira saber do final... Só há um jeito de viver, vivendo! Experimentando, escrevendo sua própria história, sentindo suas próprias emoções, sofrendo suas próprias dores e quem não pula de peito aberto no que escolhe, não vive, sobrevive.

Nessas, eu já me estrupiei tanto... e sei de gente que muito mais do que eu, mas todos continuamos nos jogando e jogando esse grande tabuleiro da vida!






sexta-feira, 20 de abril de 2012

Tipo com a cadeira de rodinha, sabe?!


Hoje eu fui limpar minha casa e levantei os móveis, havia uma cadeira de rodinhas que não usávamos faz tempo, dura, estragada... interfonei para o porteiro e avisei que estva despachando a bendita.
Tenho um péssimo hábito: não guardo o que não uso. Não são dignos das minhas gavetas lapis sem pontas, adesivos desbotados, vestidos gastos, sapatos estragados, calças sem zíper...
Eu tento consertar só aquilo que realmente usarei ou precisarei, não fico me esforçando pelo que é substituível ou não faz falta nenhuma para mim.
Sou o desapego personificado: o ralador ta ruim, termino a cenoura e ponho direto no lixo, a bolsa rasgou e eu nem vou querer mais usar? Direto para o lixo. Camiseta de gincana de 10 anos atrás tem uma vida útil de no máximo 2 anos. Só preservo mesmo com unhas e dentes as fotos e cartões, de resto...mais cedo ou tarde vão para o lixo.
Em casa eu já tenho a fama de fazer "bota-fora", já me livre de guarda-roupa, mesa, cama, vitrola... E se quiser dá pra fazer um novo a cada semana.

O problema é que da pra fazer "bota-fora" de gente também. Você vai sempre se lembrar da sua fantasia de esquilo (0o), como você vai sempre se lembrar de pessoas que passaram na sua vida, mas tem algumas que não são dignas do seu "armário", não precisam ficar lá ocupando espaço. Claro que não se trata aqui de um raciocínio prático e lógico, uma vez que pessoas não devem ser "usadas", mas de vez enquando é essencial fazer uma faxina, cuidar melhor daqueles que você sempre precisa e dispensar aqueles que não fazem mais diferença.
Não é legal, nem fácil, mas faz bem! Não precisa por ninguém no lixo ou empacotar para todo o sempre, mas parar de carregar peso morto alivia muito.
Eu tendo fortemente a racionalizar tudo, por mais coração que eu seja, e colocar cada um na estante que merece me ajuda a não me culpar, a ver como você mandou para o conserto e não adiantou ou como você nem quis consertar.

Tenta fazer assim, tipo com a cadeira de rodinhas, sabe?!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mãe.

Minha mãe fez aniversário dia 15. Mas na verdade eu me lembro dela todos os dias. Hoje eu já não sinto tanta saudades. Sinto falta, claro, mas, sinceramente?! Adoro que exista a "casa da minha mãe" e a minha!
De tudo, de todo exemplo que minha mãe é para mim, nada é mais lindo do que sua sabedoria para educar e coragem para "deixar ser". Minha mãe foi estudar fora em uma época que as meninas não saiam das casas dos pais sem antes casar, foi faezr um curso que não era muito costumeiros para moças, afinal não era letras, nem normal superior ou pedagogia. Nessa aventura toda, passou muitas necessidades para realizar seu sonho. E mesmo assim se tornou essa mulher linda e doce que é. Eu sinto orgulho de tudo nela. Mas em uma coisa ela é especial: criar filhos.
Ela jamais concordaria, é modesta demais, mas eu juro que ela poderia escrever um livro sobre isso.
A qualquer primo meu que você perguntar, vai ouvir que minha mãe é/era brava e é verdade! Afinal, criar 3 filhos sozinha requer linha dura. Mas em meio a tanta disciplina, ela sempre nos ensinou a correr atrás, a me virar e a não desistir. Por muito tempo eu achava que ela tinha que me ajudar mais, fazer as coisas diferentes...Aí veio Marília na minha vida (a cidade mesmo, não, eu não tenho uma filha, nem namorada!) e fui eu quem saiu para o mundo, para os milhões de desafios e dificuldades que surgem na sua frente quando você sai da asa da mãe. De repente, a gente já não brigava mais por bebeira, eu não argumentava tanto, e tudo pelo que ela vinha lutando a tanto tempo, enfim fez sentido: não, minha mãe não me criou para ela, mas sim para o mundo e para mim mesma. Minha mãe me criou, me educou, deu o melhor de si para mim, fez questão de me ensinar coisas chatas, fez questão de me mostrar a verdade para que pudesse me deixar voar sem (muita) preocupação.
E mal sabia eu que era tudo o que eu queria, aliás, tudo o que toda pessoa quer (ou deveria querer, na minha opinião!) ser livre!
Sei que a liberdade plena é algo tão surreal quanto a felicidade plena, mas ao me deixar abraçar meus sonhos e desejos, ao me deixra partir, minha mãe me concedeu, totalmente ciente, o voo da liberdade. Permitiu-me escolher por onde queria ir, quando queria ir e como queria ir, estava lá, me ajudou em tudo, chorou horrores, mas partiu.
Meu coração parou e minha garganta se fechou, ela me confessou tempos depois que quis voltar, mas não voltou. Eu estava lá, sozinha. E ao mesmo tempo eu estava lá cheia de tudo que ela colocou na minha bagagem: amor, carinho, fé, persevença, coragem, sonhos... e eu não estava tão sozinha assim.
Todos somos diferentes e por isso nossas necessidades também, mas minha mãe me conhece tão bem que sabia como eu preciso ser independente, como isso está tão atrelado a minha felicidade e por mais que ela me quisesse sempre a vista de seus olhos, ela me deixou partir.
Eu fico pensando qual o tamanho desse amor...que escolhe, que assume, que gera, que cria, que educa, que da apenas o melhor, que se sacrifica, que ensina, que aconselha, que puni e que, no fim das contas, deixa de lado sua vontade e desejo para que o outro seja feliz, e deixa partir...
Minha mãe foi a pessoa que melhor me leu na vida, por mais que eu tenha levado infinitos anos para entender e admitir isso, ela desde sempre sabia da minha personalidade, sabia das minhas necesisdades e ambições e ela foi mãe demais, amor demais, confiante demais para ter a coragem de me criar para o mundo e me devolver a ele da melhor forma possível!
Eu preciso agradecer todos os dias pela mãe maravilhosa que Deus me deu, que com tanta coragem soube apenas me pegar emprestado e que com tanto amor, me deu sempre o melhor de si, mesmo sabendo que eu não sou dela.


domingo, 15 de abril de 2012

Trocando de cesto.

Quando eu era mais nova, por diversas vezes minha mãe subia até o quartinho onde eu tinha minha escrivaninha e me perguntava o que eu tanto escrevia, porque não ia para dentro logo. Eu respondia que já estava indo, mas sempre demorava.
Na verdade eu sempre escrevia de tudo, das muitas coisas que pensava e não falava e das tantas outras muitas coisas que me questionava. Sempre escrevi muito. Eu gostava também de falar, nunca tive problema para falar com as pessoas, conversar, expor minhas idéias e opiniões, mas por mais autêntica e segura que fosse, foi sempre ao papel que eu fiz as melhores e piores confissões.
Mesmo durante a faculdade, sempre que a coisa apertava eu corria para a última página do caderno e escrevia até cansar, até aliviar, até as lagrimas cessarem e o sono bater. Depois, arrancava a folha, amassava e jogava no lixo, como que me livrando de tudo aquilo que enxia a cabeça e o coração.
Acontece, que depois de tantas folhas ao lixo, eu me deparo com a insistente vontade e necesisdade de escrever. Meus dias são muito mais corridos, eu não tenho mais um caderno sempre 'as mãos para me oferecer sua última folha, nem minha mãe para insistir que eu pare. Por isso, vir aqui é um exercício totalmente individualista e egoísta, sem a menor pretensão de acertar ou agradar.
Com todo respeito 'a internet e seus serviços, só estou mudando o destinho das folhas amassadas...